Diário de Mercado - 18 de setembro 2018
Pausa entre pesquisas propicia terceira sessão de ganhos
Comentário.
O hiato entre pesquisas eleitorais no Brasil possibilitou a instauração de um clima favorável no mercado de ações, com a terceira sessão consecutiva de alta na bolsa.
A atmosfera mais densa vinda do exterior, onde predominaram notícias sobre a guerra comercial EUA x China chegou a tentar se impor, já que a China anunciou taxação sobre US$ 60 bilhões em produtos americanos a partir de 24 de setembro, mas o volume foi considerado uma retaliação aquém do esperado.
Com isso, as bolsas na Europa e EUA, que fraquejavam, retomaram o sentido positivo, e acabaram então contribuindo para a expressiva alta por aqui. Apesar do embalo da renda variável, os mercados de câmbio e juros não acompanharam encerrando ambos próximo à estabilidade.
Ibovespa
A trégua dada ao mercado pela ausência de novas pesquisas presidenciais – que será curta já que à noite o Ibope divulga novo levantamento – encorajou os investidores à montagem mais robusta de posições, tendo ainda como pano de fundo a ligeira melhora do clima externo.
Apesar do ímpeto comprador ter arrefecido a partir do início da tarde, a alta foi generalizada, tendo os destaques a dobradinha Petro/Vale, além do setor de siderurgia. Na mão contrária, e apesar da estabilidade do câmbio, exportadoras como Suzano e Fibria recuaram.
O Ibovespa encerrou aos 78.313 pts (1,99%), acumulando 3,82% na semana, 2,13% no mês, 2,50% no ano e 3,06% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 11,16 bilhões, sendo R$ 10,81 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 14 (último dado disponível), houve ingresso líquido de R$ 18,121 milhões em capital estrangeiro na bolsa, acumulando ainda saldo negativo de R$ 721,519 milhões em setembro e retirada de R$ 3,709 bilhões em 2018.
Agenda Econômica.
No Brasil, a segunda prévia do IGP-M (FGV) de setembro avançou 1,34%, acelerando ante a segunda prévia de agosto (0,67%), e também surpreendendo os analistas, cuja mediana projetiva apontava para uma alta de 1,11%. Com isso, o indicador acumula no ano alta de 8,09% e em 12 meses 9,83%.
Na decomposição do indicador, o IPA-M (atacado) variou 1,95% (0,95% em agosto), enquanto o IPC-M (varejo) avançou 0,16% (0,05% em agosto), e o INCC-M (construção civil) subiu 0,19% (0,36% em agosto).
Câmbio e CDS
Mesmo com novos capítulos da guerra comercial EUA x China, o real operou sem tendência ante o dólar, mantendo o compasso de espera influenciado pela ausência de noticiário eleitoral internamente.
A moeda norte-americana fechou em R$ 4,1328 (0,31%), acumulando -0,82% na semana, 1,44% no mês, 24,91% no ano e 32,27% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil de 5 anos cedeu a 281 pts, versus 282 pts da véspera.
Juros.
Em antecipação à definição de juros pelo Copom, a acontecer na tarde de quarta-feira, os juros futuros curtos operaram sem viés, com os agentes mantendo suas apostas majoritárias na manutenção da taxa Selic.
Na ponta longa da curva a termo, aquela mais sensível a eventos de cunho estrutural, no entanto, houve recuo, considerado uma ligeira melhoria da percepção quanto ao imbróglio eleitoral.
Para a semana.
No Brasil, o principal destaque fica por conta da reunião do Copom, cuja definição da Selic – estimada pelo consenso de mercado a permanecer em 6,5% - acontecerá na quarta-feira. Também por aqui, o IPCA-15 tem relevância, na sexta-feira, e antes, a criação de vagas na economia (CAGED), na quinta.
No exterior, taxa de juros no Japão (terça), dados do setor imobiliário norte-americano (quarta e quinta), PMI da manufatura na Alemanha, França e zona do Euro, e PIB na França (sexta).
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 3ª feira, 18.09.2018, elaborado por RAFAEL REIS, CNPI-P, e WESLEY BERNABÉ, CFA, ambos integrantes do BB Investimentos